SOBRE

No geral, posso afirmar que a minha prática está situada na ação do desenho, da pintura e da construção de objetos. Esta construção nasce do uso dos materiais, da presença da natureza e de referências literárias.
Numa inevitável ligação com o meu ser, crio a partir dessas referências, ligações e envolvimentos com o meu modo de estar e de experienciar a vida.
A descoberta de novo conhecimento, como revisitar conteúdos do passado cultural e de História de Arte são áreas que se cruzam com as referências literárias na descoberta de novas formas e sentidos.
Enquanto fatores de trabalho da imagem como do texto, numa prática de criação de metamorfoses, fazendo aparecer diferentes níveis de leitura da matéria em ação.

…feliz ave liberta da gaiola por um pintor feliz por tê-la pintado pena a pena com manchinhas vermelhas e amarelas na miniatura daquela página do livro em que diz o filósofo: “ Mesmo em Raissa, cidade triste, corre um fio invisível que liga um ser vivo a outro por um instante e a seguir se desfaz, e depois torna a estender-se entre pontos em movimento desenhando novas rápidas figuras de modo que a cada segundo a cidade infeliz contém uma cidade feliz que nem sequer sabe que existe”.
"As cidades invisíveis", de Italo Calvino
"Madeleine e o Cavaleiro falavam em monólogos de caminhantes abstratos."
"A Torre de Barbela", de Ruben A.
